Um dinheiro falso da época

[numisiuris]

Ao que me soou, apareceram três do mesmo cunho deno anverso e reverso no mesmo buraco. Eu fiquei apenas com dois. A análise acusou cerca de 98% de cobre e quantidades irrisórias de ferro, estanho, chumbo, prata, mas sempre abaixo dos 0,4% e outros metais ainda, abaixo dos 0,1%.

[fernanrei]

Interessante moeda Iuri, sempre dá para melhorares a tua base da dados relativamente ao contrafeito dessa época. É pena uma das faces estar tão carregada de incrustações, estás a pensar limpar?

[paulj]

Seria um falso de D.Dinis?

[numisiuris]

Seria um falso de D.Dinis?

Só hoje vi este seu comentário caro João Paulo. Nem sei em que reinado possa ter sido batida... Ao que sei este dinheiro foi encontrado na Beira Alta, juntamente com outros dois, numa zona que chegou a ser diocese no tempo da monarquia visigótica e que depois ficou completamente despovoada a partir do século XVI.

[paulj]

Caro Iúri, seria a antiga Egitânia, actual Idanha a Velha? (se bem que esta seja na Beira Baixa).ou Caliábria no actual conc. de Vila Nova de Foz Côa?
Numa feira de velharias há uns anos um vendedor também me mostrou um grande nº de dinheiros que ele afirmava virem dessa área( Almendra), infelizmente na altura acabei por não comprar nenhum, mas do que me recordo pareceram-me "genuínos". Abraço

[numisiuris]

Exactamente, para a zona de Caliábria.

[RuiFB]

O abridor teve escola oficial, só que era analfabeto / estrangeiro, sem um pied-fort / Matriz para copiar era complicado para eles.

Circulava tal como os oficiais. Aparecem muito nos achados junto com oficiais.

Um detalhe: Tenho um grande ajuntamento destes dinheiros de cobre, mas até hoje ainda não encontrei dois do mesmo cunho.
Pela lei de Carter e supondo a boa qualidade dos cunhos, podemos inferior a enorme quantidade que existia a correr.

Para mim ,a maioria deles eram colocados por estados estrangeiros, ganhando no câmbio por moedas de prata. O golpe económico só pode ser no câmbio. Os cambistas depois punham a correr com os outros, inocentemente ou não...

[numisiuris]

Boas Rui! Eu fiquei com estes dois, que como podes ver têm o mesmo cunho:


O outro, que era o que estava melhor conservado, saiu no mega por mais que 150 euros e também tinha o mesmo cunho de anverso e reverso.

As três moedas estavam juntas. E, por isso, suspeito que por ali existisse uma oficina de cunhagem.

Quanto à questão da "escola oficial", parece-me infundado. Nestes dinheiros nem os escudetes estão definidos. Quem quer que tivesse escola oficial teria que saber fazer punções de letras.

Origem estrangeira? Alguns talvez. Aqueles vulgares, a que eu chamo "IO's", podem ter essa origem, sim. Há um achado em França, que já postei.

[RuiFB]

Excelente achado esse par! Pronto já posso morrer convencido! Parabéns!

No caso de um abridor estrangeiro, acredito que não haja prática com escudetes, símbolo nacional.

Não creio que um tipo qualquer consiga abrir um cunho sem ter andado a aprender. Apesar de tudo os dinheiros falsos têm alguma qualidade, tanto que se confundiam sem problema com os verdadeiros.

A quantidade que aparece indica-nos que deveriam de haver dezenas de milhar a circular junto com os bons, o que atesta provavelmente a qualidade do trabalho.

[numisiuris]

Excelente achado esse par! Pronto já posso morrer convencido! Parabéns!

No caso de um abridor estrangeiro, acredito que não haja prática com escudetes, símbolo nacional.

Não creio que um tipo qualquer consiga abrir um cunho sem ter andado a aprender. Apesar de tudo os dinheiros falsos têm alguma qualidade, tanto que se confundiam sem problema com os verdadeiros.

A quantidade que aparece indica-nos que deveriam de haver dezenas de milhar a circular junto com os bons, o que atesta provavelmente a qualidade do trabalho.

Tens alguma bibliografia sobre isso, ainda que por comparação com outra numária?

Isto das falsas da época anda muito mal estudadinho. Vou-te dar o exemplo de uma:


Achas que foi um abridor "com escola oficial" que a abriu?

Escola portuguesas ou estrangeira?