Riquíssimo em prata, com lei de 2,5 dinheiros, semelhante a alguns dinheiros velhos. Será uma emissão bem velhinha de D. Dinis.
XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Riquíssimo em prata, com lei de 2,5 dinheiros, semelhante a alguns dinheiros velhos. Será uma emissão bem velhinha de D. Dinis.
-
numisiuris
- Reinado D.Sancho I
- Mensagens: 2526
- Registado: sexta abr 11, 2014 7:07 am
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Agora é que fica tudo "a anhar"... será que o infante D. Dinis fez dinheiros para correrem em espanha? Será que D. Dinis valorizou os dinheiros no início do reinado? A ideia de serem da fase final é que me parece que ardeu definitivamente. O início do reinado de D. Dinis é caracterizado por bonança económica, paz e um renascimento cultural que ocorre um pouco por toda a Europa. Este dinheiro deu um resultado muito semelhante nas duas faces. Não tem corrosão visível e a patine é fina e perfeita. Dinheiro num estado de conservação extraordinário. A ideia de enriquecimento de prata à superfície parece-me irreal. Aprender é de facto lixado! 
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Muito interessante. Pelo que leio, em termos de afinação cronológica, vou descartando a ideia do infante D. Dinis ter cunhado moeda.
Rui, eu ontem fiz confusão. Quem teve pretensões à coroa de Portugal antes de 1385 foi o irmão mais velho do infante D. Dinis, o infante D. João (como ele filho de D. Pedro I e D. Inês, mas mais velho). O infante D. Dinis só passou a ser pretendente ao trono depois de 1387, quando morreu o irmão.
Entre 1387 e 1390, enquanto João I de Castela continuava a reinar e casado com D. Beatriz, não mostra nenhuma acção que indique que reivindicava o trono de Portugal.
Em 1390 as coisas mudaram. João morreu e foi sucedido pelo filho, Henrique III. Só nessa altura é que D. Beatriz (supostamente) passou os direitos do trono de Portugal para D. Dinis. E faz sentido (o texto que deixo em baixo ilustra um bocadinho isso em alguns aspectos, mas há outros). D. Beatriz, viúva, foi proposta em casamento com um outro duque de Castela. Ayala, o cronista castelhanos, diz-nos que isso causou problemas, porque se a rainha viúva casasse, os direitos da coroa portuguesa passavam para o novo marido. A solução foi encerrar D. Beatriz num mosteiro (onde, aliás, ainda está). No meio, há estas referências à abdicação dos direitos de D. Beatriz em D. Dinis. E faz sentido, tanto que Henrique II, a partir de 1393, apoiou a prentensão do infante ao trono de Portugal e em 1397 parece que as coisas estavam em vias de acontecer.
A ter cunhado moeda, o infante D. Dinis só o poderia ter feito entre 1397 e 1398. Quando havia um acordo tácito entre ele e Henrique III quanto ao trono de Portugal. As coisas não correram bem e D. Dinis nunca conseguiu nada, morreu até ainda em 1398.
Portanto, a tipologia das moedas (dinheiros e o tornês) já não encaixam muito na década de 1390s.
A encaixar, teria que ser num sistema castelhano, ou nas reformas de D. João I nessa altura (Iúri... ainda não pude rever toda a informação
), mas isso faz pouco sentido.
Em todo o caso, por curiosidade, aqui vai um bocadinho dessa questão a partir de 1390, de D. Dinis (chamado Dinis II de Portugal, em Castela).
(faltam duas páginas ao texto
)
Por curiosidade, no século XVI, quando D. Sebastião e Filipe II visitaram o túmulo do infante D. Dinis, assinalado como de um rei de Portugal, já ninguém sabia quem ele era.
Rui, eu ontem fiz confusão. Quem teve pretensões à coroa de Portugal antes de 1385 foi o irmão mais velho do infante D. Dinis, o infante D. João (como ele filho de D. Pedro I e D. Inês, mas mais velho). O infante D. Dinis só passou a ser pretendente ao trono depois de 1387, quando morreu o irmão.
Entre 1387 e 1390, enquanto João I de Castela continuava a reinar e casado com D. Beatriz, não mostra nenhuma acção que indique que reivindicava o trono de Portugal.
Em 1390 as coisas mudaram. João morreu e foi sucedido pelo filho, Henrique III. Só nessa altura é que D. Beatriz (supostamente) passou os direitos do trono de Portugal para D. Dinis. E faz sentido (o texto que deixo em baixo ilustra um bocadinho isso em alguns aspectos, mas há outros). D. Beatriz, viúva, foi proposta em casamento com um outro duque de Castela. Ayala, o cronista castelhanos, diz-nos que isso causou problemas, porque se a rainha viúva casasse, os direitos da coroa portuguesa passavam para o novo marido. A solução foi encerrar D. Beatriz num mosteiro (onde, aliás, ainda está). No meio, há estas referências à abdicação dos direitos de D. Beatriz em D. Dinis. E faz sentido, tanto que Henrique II, a partir de 1393, apoiou a prentensão do infante ao trono de Portugal e em 1397 parece que as coisas estavam em vias de acontecer.
A ter cunhado moeda, o infante D. Dinis só o poderia ter feito entre 1397 e 1398. Quando havia um acordo tácito entre ele e Henrique III quanto ao trono de Portugal. As coisas não correram bem e D. Dinis nunca conseguiu nada, morreu até ainda em 1398.
Portanto, a tipologia das moedas (dinheiros e o tornês) já não encaixam muito na década de 1390s.
A encaixar, teria que ser num sistema castelhano, ou nas reformas de D. João I nessa altura (Iúri... ainda não pude rever toda a informação
), mas isso faz pouco sentido.Em todo o caso, por curiosidade, aqui vai um bocadinho dessa questão a partir de 1390, de D. Dinis (chamado Dinis II de Portugal, em Castela).
(faltam duas páginas ao texto
)Por curiosidade, no século XVI, quando D. Sebastião e Filipe II visitaram o túmulo do infante D. Dinis, assinalado como de um rei de Portugal, já ninguém sabia quem ele era.
MCarvalho
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Obrigado Mário, não conhecia bem esta história!
Estes dinheiros devem fazer parte de alguma emissão pontual para pagamentos a estrangeiros, ou então é uma reforma monetária desconhecida. Não aparecem muitos, devem ter sido todos apanhados para derreter pelo próprio estado. O estilo poderá dever-se a um mestre estrangeiro, quem sabe, contratado à altura do tornês de D.Dinis.
Estes dinheiros devem fazer parte de alguma emissão pontual para pagamentos a estrangeiros, ou então é uma reforma monetária desconhecida. Não aparecem muitos, devem ter sido todos apanhados para derreter pelo próprio estado. O estilo poderá dever-se a um mestre estrangeiro, quem sabe, contratado à altura do tornês de D.Dinis.
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Ó Rui...!?
Bonito era se colocasses umas imagens em condições da moeda!!!
(manda aí que eu quando tiver 10min faço-lhe uma "brincadeira"... que esta merece)
Bonito era se colocasses umas imagens em condições da moeda!!!
(manda aí que eu quando tiver 10min faço-lhe uma "brincadeira"... que esta merece)
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Concordo com o LMACHADO, envie melhores fotos para que possamos apreciar com mais qualidade. Esta moeda merece...
"Quod erat demonstrandum"
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Olá Leandro, tentei com o telefone mas nada de jeito, a ver se encontro a máquina fotográfica, mas este fim-de-semana trato do assunto.
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Também gostava de ver melhores fotos...
Eu na minha ignorância, se esse dinheiro me caísse nas mãos diria que era um dinheiro de Fernando, já que muitas vezes não descortino as legendas.
As tantas tenho algum e não sei..
Eu na minha ignorância, se esse dinheiro me caísse nas mãos diria que era um dinheiro de Fernando, já que muitas vezes não descortino as legendas.
As tantas tenho algum e não sei..
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Não consigo melhor para já, a moeda em mão tem outro charme acho
Re: XRF Dinheiro D.Dinis / Infante Dinis
Da minha parte muito obrigado..!!!
O DºREX neste dinheiro está por demais visível...
Boa moedinha
O DºREX neste dinheiro está por demais visível...
Boa moedinha