Os Factos
1º
Consta do site do Museu da Casa da Moeda o seguinte dizer:
“O Museu Casa da Moeda pretende preservar o valioso património da coleção de moedas e medalhas da INCM, facilitar a investigação académica, prestar apoio aos colecionadores e apreciadores do universo numismático e divulgar ao público em geral a moeda enquanto objeto que marca a nossa história, cultura e civilizações.”
2º
Por impulso de um amigo coleccionador, este enviou um email ao Museu da Casa da Moeda, no sentido de poderem ser analisadas 32 moedas do acervo, através do equipamento de fluorescência de raios x que existe na contrastaria da INCM.
3º
Após o que eu e o meu amigo coleccionador fomos chamados ao Museu da Casa da Moeda, tendo em vista a realização de uma reunião presencial.
4º
Em Janeiro de 2019 desloquei-me ao Museu da Casa da Moeda, acompanhado desse meu amigo coleccionador, tendo então tido uma reunião com a respectiva directora e com outro indivíduo, que me foi apresentado como “o historiador-numismata” do referido museu.
5ª
A referida reunião durou cerca de uma hora e meia, sendo que nela se debateu o seguinte:
-Apresentámo-nos e expusémos os estudos que estavam em curso;
-Explicámos informalmente a necessidade de análise das moedas solicitadas;
-Foi-nos dito, sem qualquer solicitação prévia, que nunca os estudos seriam patrocinados financeiramente pelo Museu da Casa da Moeda nem teriam a chancela da referida instituição;
-Informei os dois representantes do Museu da Casa da Moeda que não queria qualquer apoio financeiro nem o uso da chancela da referida instituição;
-Foi-nos dito, a final, que teríamos que fazer um requerimento dirigido ao director da INCM (por email dirigido ao endereço do MCM), explicando pormenorizadamente o objecto e objectivo da análise e requerendo a articulação da mesma entre o Museu e a Constrastaria.
6º
Requeri o que me foi indicado, tendo obtido resposta, sendo que se reproduz o respectivo email:

7º
Em Outubro de 2017, o Museu da Casa da moeda publicou no facebook o seguinte post, cujo teor se reproduz de acordo com o histórico de edições (ou seja, apresentando primeiramente o post com o conteúdo originalmente divulgado pelo Museu):

8º
Sucessivamente tentei esclarecer o Museu da Casa da Moeda no que às incorrecções transmitidas no post dizem respeito, do que resultou uma ligeira alteração ao post inicial, a qual a esta data ainda consta dá página de facebook do referido Museu, sendo que o post editado se reproduz, juntamente com os comentários (o primeiro deles escrito antes da edição):

9º
Em Março de 2019 o Museu da Casa da Moeda volta a apresentar foto da mesma moeda, num novo post que se reproduz, juntamente com o comentário que novamente fiz, no sentido de mais uma vez corrigir os manifestos erros do Museu da Casa da Moeda sobre a numária de D. João I:

Disto concluo o seguinte:
-Não pode existir ninguém no Museu da Casa da Moeda que perceba o que quer que seja acerca da Numária de D. João I (primeiro fala-se em reais, sem distinguir pretos de brancos; depois fala-se em cunhagens de D. João I em Ceuta; depois corrige-se para se dizer que o real é de 10 reais brancos; dois anos depois mostra-se o mesmo real, mas já como de dez soldos);
-Para lá de não se perceber nada acerca da numária de D. João I no Museu da Casa da Moeda, não se quer perceber, pois verifica-se que, dois anos após um primeiro esclarecimento, se sabe ainda menos do que se sabia anteriormente;
-Perante a inexistência de investigação dita “académica” acerca da numária de D. João I, o Museu da Casa da Moeda não se empenha de modo algum em incentivar a investigação acerca desta numária, indeferindo, sem qualquer fundamentação, o requerimento que lhe foi endereçado nesse sentido;
-O Museu da Casa da Moeda, neste conspecto, faz uma divulgação da moeda “enquanto objecto que marca a nossa história, cultura e civilizações” perfeitamente errada, induzindo o público em geral à aceitação de manifestas incorrecções científicas, deseducando, em vez de educar;
A final, porque isto é tudo uma grande treta e me estou marimbando para a “Règle du Jeu”, sei que ao publicar este post fecho definitivamente uma porta relativamente às minhas investigações. De qualquer modo, a verdade é que me dirigi a uma instituição sem pedir qualquer financiamento (tenho custeado tudo - e acreditem que a factura tem sido cara - a minhas expensas). Os representantes da instituição atiram-me imediatamente com um “atenção que não damos dinheiro”. Eu chuto-lhes que não quero dinheiro nenhum, mas apenas a hipótese de conhecer a quantidade de prata de 32 moedas. E ainda têm a lata de me dizer que não me dão a chancela deles, que nunca lhes pedi. Raios me pelem se algum dia tivesse que usar a chancela de uma instituição com esta pobreza científica. Quero publicar estudos independentes por isso mesmo e quando sugeri ao Paulo Alves a criação dos ENP’S, foi precisamente para termos uma base de publicações que não devesse nada a niguém. No dia em que recebi a resposta ao requerimento fiquei profundamente desiludido e entristecido. Caíram-me os braços ao chão. Enquanto me caíram os braços ao chão, só pensava o seguinte: “Então mas a instituição que acima de tudo deve velar pelo progresso da numismática e da história monetária, não dá sequer uma ajuda (sem qualquer custo monetário) a quem o quer fazer por ela??? Que raio de mundo é este???” Ao fim da tarde levantei os bracos e comecei a dar no estudo com as maiores ganas que podia. Isto está atrasado ainda. Fazer um estudo sobre estes 50 anos de numária é muito complexo. E é por isso que ninguém o fez, nem ninguém sabe nada disto de modo sistemático e criterioso. Tenho corrigido muitos aspectos do estudo ao longo deste último ano. Continuo a aumentar a amostra, quer seja a fotográfica, quer seja a metrológica, quer ainda a de composição química. Estou a chegar a conclusões cada vez mais correctas (na minha opinião) e a limar muitas arestas. Enquanto sentir que há arestas relevantes por limar, não posso editar o estudo. E já lá vão três anos a viver isto com muita intensidade. E se não o vivesse assim; e se ninguém o vivesse assim; não haveria estudo algum que pudesse sistematizar esta numária. Agradeço a todos (e têm sido muitos) os que me vão ajudando. O estudo vai, por agora, com 505 páginas A4. E será um dia editado. E o Museu da Casa da Moeda receberá um exemplar. Haja alguém lá dentro com capacidade para o ler e, sobretudo, entender. Se quiserem arrumar na estante, é-me igual. Tenho a certeza absoluta que algum dia haverá quem lhe limpe o pó. Se cometerem a ousadia de o deitar para o lixo, tanto se me dá. Vou editar muito poucos exemplares. Mas, como sempre disse que faria, esgotados os exemplares físicos, disponibilizarei o estudo na internet de modo gratuito. E, nessa altura, não haverá caixote do lixo que valha a ninguém.