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Mensagem
por MCarvalho » terça mar 06, 2012 3:50 pm
Neste caso (ao contrário do ceitil do Sérgio), é credível que D. António tivesse mandado carimbar moedas do seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique. Eram moedas novas, que circulavam na década de 1580 (os ceitis, nomeadamente os ceitis do século XV já não teriam valor significativo para ainda circularem).
O mais impressionante é que, sendo uma moeda muito rara (como todas as de D. Henrique), ninguém iria colocar nela um carimbo falso. Portanto, a ser falso, não é só o carimbo, como toda a moeda.
O que pode ter acontecido (e digo "pode", porque não sei mais), é ser uma moeda viciada, isto é, um meio-tostão do século XVII (de D. João IV ou de D. Afonso VI) "penteado" para parecer de D. Henrique, com um carimbo aposto para lhe dar mais credibilidade. Não é uma hipótese de descartar, pois há alguns tostões e meios-tostões de D. João IV com datas que foram introduzidas lá pela malta dos chamados "restauros".
É uma questão de a pesar e ver se o nível de desgaste das quinas corresponde ao nível de desgaste da legenda. Geralmente, nestas moedas, a legenda desgasta-se mais depressa do que os temas do campo.
Nota: é um pouco complicado comparar açores a partir do AG, pois muitos dos que lá estão são falsos.
MCarvalho