Nota de Timor uma pataca

[tugaval]

Partilho nota de Timor, espero que gostem.

[Jorge Silva]

Mais um pedaço de história, ainda se escrevia "COMMERCIO" com dois MM.

[ajavb]

Que pena ter sido 'arquivada'.
Esta emissão ainda é feita antes do fim da II Guerra Mundial.
Curioso saber que o lema do BNU (ou do velho regime) eram as colónias, o comércio e a agricultura (onde é que andava a indústria??)

[Jorge Silva]

Boa pergunta, que ainda hoje em dia está actualizada, onde é que anda a indústria.
Peço desculpa ao amigo Tugaval por esta intromissão, mas um País sem industria é o mesmo que um rio sem peixe.
Vivi os meus primeiros tempos laborais numa empresa de montagens industriais e equipamentos, lá podia-se aprender de tudo um pouco, desde a preparação de trabalho passando por serralheiros, tubistas, soldadores, era um universo da aprendizagem industrial, por lá passaram os melhores profissionais, estavam sempre a admitir trabalhadores e serventes (ajudantes), e eu presenciei todo este manancial de massa humana.
E foi daqui que eu tive a possibilidade de tomar o gosto por este hobby (numismática) tinha a minha independência financeira, adquiria as poucas peças que ainda hoje prevalecem na minha parca colecção.
Quando vou á Ribeira fico um pouco apreensivo, não se vê malta nova, e é quando eu penso que no meu tempo existia a indústria.

[tugaval]

Quando vou á Ribeira fico um pouco apreensivo, não se vê malta nova, e é quando eu penso que no meu tempo existia a indústria.

Nesse tempo havia as escola industriais cujo ensino era direcionado para a via profissional. Pergunto eu,
o que fizeram a essas escolas?
Muito ou pouco, todos os jovens trabalhavam e assim podiam manter o gosto por determinados passatempos.

[Jorge Silva]

Exactamente, "haviam os cursos industriais", cursos que serviam esta área (electricidade ou mecânica), e quem queria seguir podia continuar, cursos complementares e politécnico ou universidade, hoje os jovens estão mais limitados em escolhas profissionais, e a industria da moda é o cool center.

[carlos47]

no resto do país não sei como era
mas aqui não era muito bem visto ir para a escola industrial (era para os pobres)
eu frequentei até ao 3 ano depois emigramos...acabei por obter um certificado de aptitude profissional (torneiro mecanico)em frança ,o equivalente daquilo que teria tido aqui com o 5 ano

[tugaval]

no resto do país não sei como era
mas aqui não era muito bem visto ir para a escola industrial (era para os pobres)

Amigo Carlos, eu sou nortenho e tirei o curso de eletricidade na escola industrial, senti na pele essa
descriminação em relação aos alunos do liceu.
Vou dar um exemplo:
Um aluno da escola industrial e outro do liceu candidatava-se ao exame de admissão ao instituto industrial.
O aluno do liceu só fazia três (3) disciplinas podia tirar negativa a uma e passava. Enquanto o aluno da escola
industrial tinha que fazer sete (7) disciplinas todas por eliminatória ou seja se reprovasse a uma não fazia a
seguinte e reprovava.

[Jorge Silva]

Eu também andei na Escola Industrial e tirei o curso geral de electricidade concluído na Escola Industrial e Comercial Alfredo da Silva, e isto só para voltar a dizer o seguinte, este curso era uma aberração e passo a explicar.
Compreendia as seguintes disciplinas:
Português
Francês
Inglês
Geografia
História
Ciências Naturais
Matemática
Fisica e Quimica
Electricidade
Tecnologia Mecânica
Tecnologia Eléctrica
Desenho Geral
Desenho de Construções Mecanicas
Desenho Esquemático
Oficinas
Educação Fisica
Entrava ás 8,00 h e saía ás 18,00 h quase não dava para respirar, enquanto os senhores do liceu tinham menos de metade das disciplinas.
Os cursos técnicos fazem falta, mas sem exageros o tipo que teve esta ideia, era ou foi ou ainda é uma BESTA.

[carlos47]

no meu tempo não havia linguas, havia educação civica moral e religião,musica