Não é tão simples quanto parece!
Primeiro, se a intenção é ser um comerciante numismático, no sentido exato a que o termo se refere, é necessário muito conhecimento, muito estudo e muita pesquisa. O comerciante numismático por excelência é equiparado ao "mercante d'arte". Antes de pensar em comercializar, o aspirante a "comerciante numismático" deve ser um numismatógrafo experiente, o que certamente muitos não são, pelo menos no Brasil onde a numismática ainda é tratada como "passatempo" no pior sentido possível a que se refere esse termo.
Hoje, com o aparecimento de sites de vendas como eBay, Mercado Livre e agora com o Facebook, todos os dias aparecem "comerciantes"

de "moedas", a maioria tratando o assunto como quem vende frutas e verduras numa barraca de feira. Tem de tudo: Gente vendendo réplicas, tralhas, falsas, variantes fabricadas em fundo de quintal, moedas amarelinhas em péssimo estado de conservação (estas moedas só valem a pena quando são FDC), reais da Copa, das Olimpíadas, num turbilhão bufarinheiro que me faz recordar os tempos do álbum de selos TAFISA, uma febre que fez muita gente gastar um monte de dinheiro para depois desistir e, pior que isso, se desestimular por completo. Hoje esses albuns andam por aí, cheios de selos "bonitinhos", oferecidos no eBay e Mercado Livre a preço de banana e ninguém os quer.
Se a pergunta é: Pode-se ganhar algum "dinheirinho" comprando e vendendo tralhas, moedinhas a peso, patacões gastos que só valem a prata que contém, moedas do terceiro sistema em datas comuns e estado de conservação abaixo de soberbo e que valem somente o peso da prata que agregam, moedas de euros em cartelas, moedas de cobre gastas, limpas e envernizadas, amarelinhas, mixurucas de prata, camisão, direitos humanos, reversos inclinados de 10 graus, bonés, moedas de alumínio, série vargas, etc, a resposta é "obviamente sim!!!"
Mas se a pergunta for: Pode-se realmente viver da numismática, sem o conhecimento adequado, sem ter estudado muito, pesquisado muitíssimo a ponto de adquirir uma bagagem notável de conhecimento sobre o assunto, tratando com colecionadores avançados, frequentando leilões internacionais, emitindo certificados de autenticidade e, com o tempo, construir uma reputação sólida no ambiente da cultura numismática e como negociante de moedas, cédulas e medalhas raras, em estado de conservação diferenciado, com garantia à vida daquilo que comercializa, etc, etc, etc? A resposta é obviamente NÃO!!!
A numismática é ciência, é colecionismo culto que abriga um nicho de pessoas que com ela convivem diariamente. Em segundo lugar, a numismática é um hobby custoso. Quem vacila diante de uma peça realmente rara, pensando que com "esse dinheiro" poderia fazer uma viagem à Europa, está no lugar errado. Quem deixa de investir em literatura numismática, pensando "prefiro ir à praça de alimentação do shopping fazer um lanche e depois comprar uma roupa", está no lugar errado.
Sem conhecimento, gasta-se muito, investindo pouco. Quem gastou, por exemplo, 5.000 ou 10.000 reais, ao longo do tempo, comprando moedas amarelinhas, série vargas, mixurucas de prata, em estado de conservação inferiro ao FDC ou quem comprou - como se diz no meio numismático - um monte de tralhas, além de não fazer um investimento, corre o risco de perder totalmente o estímulo e faz isso por sua própria culpa, juatemnte pro não se preparar devidamente paar o assunto, preocupando-se somente com "quanto custa" ou "quanto vale".
Um exemplo prático de que a numismática é um excelente investimento reside na pessoa do Dr. Roberto Lemos Monteiro. Mas pare e dê uma boa olhada na coleção que ele leiloou recentemente na Heritage.

Foram décads comprando e vendendo o que de melhor existe na nossa numária.
Um outro exemplo, também no Brasil, agora tratando de filatelia, é o do industrial português, residente no Brasil, o senhor Ângelo Lima. Na coleção de selos que leiloou há alguns anos com Feldman, na Suiça, ninguém irá encontrar álbuns TAFISA ou selos comuns.
Para finalizar, convém recordar que
"caro não é o que custa muito...caro é o que vale pouco"