Antes de tudo, apenas para dizer que esta discussão de base que se está aqui a ter é de uma importância imensa, embora alguns amigos possam não dar o devido valor hoje, daqui a uns anos vão-se certamente lembrar de algumas coisas. É uma discussão em que não se discutem preços, mas sim moedas no seu sentido mais universal.
dogma73 Escreveu: E em Portugal? A propósito de esfolar o que me diz dessa moeda "espectacular" chamada "O Lobo" ?
Viva! É de referir que não tenho interesse por moeda de cunhagem mecânica, vou juntando até à introdução do sistema decimal em Maria II, mas nada de sério. Tentei em alguns comentários anteriores englobar também a cunhagem manual em algumas ideias, mas olhando com mais atenção, penso que tal não seja pertinente.
Esta discussão, penso que seja mais pertinente para a cunhagem mecânica. Relativamente ao Lobo, não conheço bem a moeda. Lembro-me na época em que tinha algum interesse na república. Penso que havia uma moeda rara que era o centavo de 22 e uma moeda que aparecia menos que as outras, a coroa de 25, tudo o resto era comum. Também me lembro que havia moedas de alguns tipos e datas que bonitas apareciam pouco, mas já não me lembro bem quais eram.
No caso da moeda muito bonita, com brilho de cunhagem (tecnicamente soberba? fdc? ), por não ter ligado à verdade de La Palisse é que deixei de ter interesse, vivia num vale, conforme ia comprando e deixando ficar, iam ficando cada vez menos bonitas, pelo que aconselho vivamente a criar-se um sistema de controlo a quem se interessar pelas moedas em estados superiores, caso contrário tudo se perde.
Relativamente aos estados, ao desgaste, ao "cunho cansado", acho que em português, há preçários a mais e livros de base de numismática a menos, há algum tempo as bases de numismática eram também adquiridas no fórum, com discussões muito mais agressivas, entretanto alguns membros que tinham interesse em ensinar sobre estas áreas tão importantes, desapareceram e tudo se começou a perder.
A tal normalização que referi anteriormente, as moedas encaixotadas, com preços cotados nos sites das certificadoras, com 70+ estados de conservação, são na minha opinião prejudiciais à numismática, as pessoas começam a coleccionar números e não moedas, começam a deixar de pensar, a perder o sentido crítico, preferem pagar para lhes fazerem a "papinha", os coleccionadores estão-se a meter na toca do lobo, as moedas de cunhagem mecânica cada vez me fazem mais confusão, tendem a ser bens tangíveis como os diamantes, amorfos, cartelizados, bonitos, mas sem grande interesse, valem pela sua cor, pela sua lapidação, pela sua massa. A falta de confiança, de experiência e a moda do "outsourcing" proporciona esta necessidade de "certificadores".
[ironia]Paradoxalmente, por acaso já fazia falta uma em Portugal, que fizesse um trabalho tão simples como seja apenas distinguir verdadeiras de falsas.

[/ironia]
Penso que se chegou a construir aqui um embrião da ideia referida pelo Pedro.
Lembro-me de um tópico do género "Moeda do cavalinho": Pontos de desgaste iniciais: X, Y, Z...., rapidamente o interessado com uma lupa ou não, teria 2 ou 3 pontos base, os estatisticamente considerados como iniciais, ajudando-o a definir se a moeda está bonita ou não. Na minha opinião, esta ideia seria uma mais valia interessante...