

Bronze, 34,00g
35mm x 4mm de espessura
AG 04.12
A minha paixão pelas moedas começou muito cedo, com o ajuntamento de uma coleção por tipos, desde os cinco anos de idade, em 1969, com moedas da república, ex-colónias e algumas pesetas. Mas o mais relevante aconteceu 4 anos depois.
Lembro-me como se tivesse sido ontem, quando uma minha tia revelou que tinha encontrado no meio de uma parede da casa, ao fazer obras, um saco com 164 moedas em bronze e cobre. Tinha moedas desde o reinado de D. João VI ao de D. Luís, onde a data mais recente era 1875. As moedas de D. Luís estavam em maioria e de belas a soberbas. Em fraco estado de conservação como este pataco, eram menos de 10 moedas.
O meu azar é que durante o espaço de um mês que elas foram mostradas a curiosos, havia duas ofertas de compra para o saco das moedas: 1500 escudos pelo presidente da junta da freguesia da minha tia (a 12 km de Barcelos) e 1750 escudos pelo padre da freguesia vizinha.
A minha “sorte” é que o meu pai também mostrou aos 7 filhos algumas dessas moedas, no Natal de 1973, e apenas eu é que fiquei completamente “louco” com o que via. O pataco é enorme nas mãos de um rapaz de 9 anos, assim como os XX réis de D. Luís !!!
Consegui reunir em duas semanas o mínimo que a minha tia exigia: 2000 escudos.
Em meados de Janeiro de 1974 fui na minha pequena bicicleta, roda 16, a casa da minha tia com um saco de notas e moedas, que reuni de familiares e irmãos mais velhos.
Começou nesse dia uma grande aventura, porque o empréstimo não era a fundo perdido e em poucos meses caí na realidade, tinha que vender parte do tesouro para recuperar o dinheiro e pagar as dívidas!
Ainda não tinha completado 10 anos de idade e já conhecia vários comerciantes de moedas em Braga e no Porto. Alguns com várias técnicas para me desvalorizarem as moedas: esta foi limpa com um pano, esta está sem brilho.
O Sr. Rafael em Braga, foi quem me comprou a maior parte das moedas. Claro que as moedas no estado que estavam eram fáceis de vender, mas tive que aceitar valores baixos para conseguir o que queria. Os III réis de D. Luís, a 30 escudos, os V e X réis a 50 e os XX réis a 60 escudos. Patacos de D. Maria II a 100 e os de D. Miguel a 150 escudos.
O que me custou mais vender foi um Pataco de D. Pedro IV de 1826 por 200 escudos, quando no catálogo de Ferraro Vaz já apresentava o valor de 450 escudos. Era melhor que esta viewtopic.php?f=4&t=126423&p=891886#p891886
Foram à volta de 100 moedas que tive que vender para recuperar os 2000 escudos. Menos mal, porque em várias viagens de autocarro e comboio apenas duas vezes é que alguém da minha família me acompanhou.

A vida nem sempre corre bem e hoje só este pataco resta desse tesouro.