Em “ A moeda sueva-Porto 1977, Peixoto Cabral e Metcalf”, afirmam não ter dúvidas quanto à atribuição aos suevos das imitações de Honório, isto no que diz respeito à série pesada (moedas com maior peso), e declararam-se “inclinados” para lhes atribuir as restantes. Esta opinião assenta no facto de a grande maioria das moedas conhecidas pertencer a colecções portuguesas, presumivelmente formadas com achados no território nacional, no entanto só sabemos a proveniência de seis destes exemplares: Coimbra, Castelo Branco, Covilhã, Portalegre, Badajoz e Cacia-Aveiro, precisamente localidades fora da área nuclear sueva, só transitoriamente dominadas pelos suevos.
Peixoto Cabral e Metcalf conscientes deste facto levantaram a hipótese de que pelo menos algumas emissões terão sido cunhadas em Sevilha. Mário Gomes Marques adianta a alternativa de Mérida como centro de cunhagem, de facto esta alternativa está mais de acordo com a localização das localidades de proveniência. Segundo o mesmo autor os suevos dispuseram de facto de condições para a produção de imitações de solidi de Honório e que no caso de o terem feito entre 439 e 456, o centro de cunhagem mais provável terá sido Mérida, refere no entanto não existir qualquer prova de que assim tenha sido.
A única certeza quanto a este solidus da Torre é que estamos de facto perante uma imitação servil de um solidus imperial de Honório.

“ Estamos a lidar com material em que não existe uma linha divisória nítida entre facto e ficção.”
W. J. Tomasini.
Não é para já minha intenção alargar-me em conjecturas no âmbito da história monetária dos séculos V e VI. É sim minha intenção relembrar este achado como contributo para a história do distrito de Aveiro.


