O melhor video das fotos do achado de 52 250 Romanas

[doliveirarod]

era algum hábito religioso na época este tipo de oferendas? eu pensava q os achados se deviam mais a inexistencia de bancos e pelas guerras que assolavam a europa na época...

A maioria era mesmo entesourada por motivos de segurança, mas haviam também as oferendas aos deuses, isso remonta desde os gregos.
Essas moedas de denário de liga rica podem indicar isso, uma cerimônia. Numa época em que o antoniniano levava um banho de prata muito tênue, o denário, que valia metade disso, evidentemente não poderia ser de prata rica, valia muito pouco, estava quase extinto.
É uma hipótese p/ esse achado.

[MCarvalho]

Não me parece que seja uma oferenda. Não é costume romano a oferenda de grandes quantidades de moedas, sobretudo moedas comuns, como a maioria dos antoninianos achados no pote. Será mais provável um tesouro, alguém que guardou a sua fortuna, onde incluía, naturalmente, boas pratas.

As oferendas romanas que aparecem são sobretudo simbólicas, moedas colocadas junto aos corpos dos defuntos, pequenas peças lançadas a poços ou rios, coisas avulsas e nunca grandes quantidades concentradas.

[RuiFB]

[Nascimento]

A entrevista ao "achador" do Tesouro das 52 500 moedas...foi um chefe de cozinha...

[doliveirarod]

Não me parece que seja uma oferenda. Não é costume romano a oferenda de grandes quantidades de moedas, sobretudo moedas comuns, como a maioria dos antoninianos achados no pote. Será mais provável um tesouro, alguém que guardou a sua fortuna, onde incluía, naturalmente, boas pratas.

As oferendas romanas que aparecem são sobretudo simbólicas, moedas colocadas junto aos corpos dos defuntos, pequenas peças lançadas a poços ou rios, coisas avulsas e nunca grandes quantidades concentradas.

Mário, como se explicariam os denários de boa prata? Nessa época eles eram praticamente mera moeda de conta, ou seja: esses denários não foram batidos p/ comércio.

[MCarvalho]

Precisamente por serem boa moeda é que teriam sido entesourados. É a lei de Gresham a funcionar.
Quanto à dimensão talvez seja um pouco estranho, mas poderão ser as poupanças de muitos anos, é uma questão de saber que tipos de moeda estão lá dentro.

Quanto às oferendas referidas pelo Rui, isso é verdade entre os celtas. No Norte de Portugal também aparecem tesouros (sobretudo de denários republicanos) que seriam guardados como objectos de prestígio (alguns autores consideram-nas tesouros comunitários), mas isso é em períodos bem mais antigos. Nos achados da passagem do século III para o IV já não me parece haver essas características.

[RuiFB]

[doliveirarod]

Precisamente por serem boa moeda é que teriam sido entesourados. É a lei de Gresham a funcionar.

Mas as peças entesouradas lá eram na maioria de liga baixa, havendo inclusive peças de antoniniano de puro cobre, como as de Tetricus. Então a boa liga não foi requisito p/ esse entesouramento.
Esses denários ( e as vezes antoninianos) de boa liga eram cunhados justamente para cerimônias, e foi achado um punhado deles no pote. Isso p/ mim indica algo.

[brunoparedes]

Obrigado pela partilha. :
Da vontade de comprar um detector de metais e tentar a sorte grande...

[MCarvalho]

Bom, fazendo o paralelo com os achados de tesouros em Portugal, para o mesmo período e até um pouco posteriores, não tenho conhecimento de nenhum que possa ser considerado como oferenda ritual. Mas também a verdade é que me parece ser um dos maiores de sempre.

O único grande tesouro que poderia ser equiparado, é o do dólio do Castro de Alvarelhos (o dólio, ou dolium é um recipiente de barro enorme, que poderia ter mais de 500 litros de volume - há dólios ou dolia com 1500 litros). Desse tesouro foram apenas recuperadas e estudadas cerca de 3000 moedas, eram todos denários republicanos, portanto, bem mais antigos do que estes e mesmo assim nunca foi associado a qualquer tipo de ritual.

O que já é comum no século III e sobretudo no IV, é o entesouramento de grandes quantidades de moeda feita pelos cambistas. As moedas eram guardadas para serem trocadas por ouro, geralmente para o pagamento de impostos, visto que o estado romano deixou de aceitar outras moedas que não o ouro para receber impostos.

Mas reconheço que esses denários de Caráusio intrigam bastante