Mais outro real preto

[AdrianoHS]

Bem, o pintor sabia o que estava a fazer.
:-)

A mulher vinha logo atrás.

O mistério da mulher desaparecida!

Bem sabia Barreto em ensinar o português, preservar nossa identidade.
O pintor estava para lá de certo.

[gil costa]

Eu - que já vi que ele se baseou no relato que conta que a mulher vinha "logo atrás" - acho que induz em erro: a mulher desapareceu (foi deixada para trás, dizem alguns autores*:

no canto 2, Creúsa,
esposa de Eneias, deixada para trás na fuga de Troia;

*autores brasileiros!:
https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/1 ... rgilio.pdf

[AdrianoHS]

Eu - que já vi que ele se baseou no relato que conta que a mulher vinha "logo atrás" - acho que induz em erro: a mulher desapareceu (foi deixada para trás, dizem alguns autores*:

no canto 2, Creúsa,
esposa de Eneias, deixada para trás na fuga de Troia;

*autores brasileiros!:
https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/1 ... rgilio.pdf

Só existe um autor nesse caso, Virgílio.
Os demais são apenas tradutores e, em toda tradução, algo se perde ou se distorce nesses processos. A importância de obras como a Eneida portuguesa que foi um poderoso instrumento de educação e estabelecimento da língua portuguesa como língua nacional e não apenas mais um dialeto ibérico, foi uma luta colossal para que isso fosse realidade. Os privilegiados de seu tempo eram ensinados a traduzir o latim direto para português através dela. Bem didático como pode se observar na página. Figuras como Camões beberam desse conhecimento da Eneida de Virgílio. Creio que a compreensão de significados da cena é discricionário, vai como se quer entender. Assim como é possível ver na imagem de Enéas carregando o pai que leva consigo os deuses Di penates, conduzindo o filho uma alegoria da continuidade da família, do gens, da noção do velho, homem e menino como uma entidade unica que se perpetua na família, na pátria e na tradição. Ou pode nem significar nada disso. Assim como os três réis magos bíblicos, um velho, outro homem e outro moço podem ser o mesmo mago em tempos de vida diferentes. Fico com a idéia no que lí que a D. Creusa vinha logo atrás e se deu mal.

[Martins2]

Meus queridos amigos foristas,
Peço desculpa pela minha talvez ignorância,
Quando disse:
“Mas vamos aos factos em relação á moeda do amigo AdrianoHS e sendo só a minha opinião vale o que vale.
Tenho quase a certeza que essas esterias que se apresentam ao lado do monograma desse real, penso ser ondas retas de um ceitil aí batido ou recunhado!!!”

Não disse que o ceitil teria sido cunhado no Brasil…???!!!! Nem tão pouco que tinha circulado no Brasil????!!!!
Quando disse o “aí batido” queria dizer que foi batido ou recunhado como queiram perceber em cima do real e nada mais….


Claro que podemos dizer tudo o que nos vai na alma.
Tenho vários catálogos brasileiros e alguns até bem antigos. Até aí tudo certo
Tenho também a 1ª edição do nosso amigo forista Bentes do catalogo oficial-Moedas brasileiras de Rodrigo Maldonado.(o que não me encaixa muita coisa …do que lá vem escrito… mas enfim)
E impressiona-me como conseguem ou querem como se fosse à força a história monetária à maneira de cada um (sem cabimento).

Qualquer dia dizem que os dinheiros de D Afonso Henriques circularam no Brasil ou noutro país qualquer ou que os 2:50 Escudos As conhecidas caravelas da (NOSSA RÉPUBLICA) Circularam ou foram batidas na Colómbia ou outro País qualquer ….Pouco falta
Brasil-1500DC para a frente
Por amor da Santa como se costuma dIzer…..Por favor….


Pensem nisto e comentem
Mas uma coisa é certa o tópico está interessante

Atenção não passa da minha opinião vale o que vale…nem é dirigido a ninguém ,apenas uma opinião generalista e óbvia….

Abraço
Martins

[AdrianoHS]

Olá, Martins.

O meu caquinho veio agora, nunca esteve aqui. O que se comentou de existir um no Brasil de tempos antigos foi o real achado pelo José Gomes, é outro contexto. Acho que faltou acompanhar todos comentários do tópico, não teria essa impressão.

"Certa vez, apresentei uma dessas aqui: http://www.forum-numismatica.com/viewto ... 9&t=121413

A minha, foi encontrada nas proximidades de Porto Calvo, Alagoas. Como chegou por aqui? Só Deus sabe."

O Real do amigo José, tenho para mim, veio ao Brasil depois de sua vigência como meio circulante, quando e porquê não faço ideia, mas o fato de estar enterrada a joga para tempos recuados, vale qualquer palpite, foram essas as divagações. A idéia de meio circulante tardio de exemplares de um soberano passado não sei avaliar se ocorria nas colônias. Não faz muito sentido uma peça D. João I aqui quando vigente, como não faria um denário romano ou drachma pelo simples fato das Américas não existirem como espaço geográfico conhecido ou oficialmente não ter presença européia nessa época. Não é título brasileiro, entendo que qualquer peça à partir de D. Manuel é possível (embora improvável) de existirem nessas bandas americanas. Quanto bater moedas aqui é pacificada a situação (obsidionais holandesas e moedas D. Pedro II, desconsiderando os carimbos) antes disso não houve para circulação local executadas aqui. Mas de forma alguma especular a possibilidade de um real preto de d. João I encontrado aqui abre espaço para circulação de moedas fora dos títulos reconhecidos como brasileiros, anteriores ou posteriores. É apenas um exercício de tentar desvendar porque desta moedinha estar aqui (a do José), aparentemente, à tanto tempo.

[Martins2]

Amigo Adriano acho que tem uma moeda espectacular.
Os meus parabéns ,como lhe disse é uma moeda carregada de História!

Eu acompanhei todos os comentários do tópico e para lhe ser sincero aproveitei mesmo a oportunidade para dizer o que disse, foi mesmo propositado.e sublinho de novo o que disse.
Acho matéria demais importante; acho que até se devia abrir novo tópico só para este tema.
O ser humano tem certa arte de catalogar moedas à sua maneira...

As moedas são dos objectos que mais mundo correm de um lado para o outro desde os primórdios ,...mas até dizer que foram cunhadas em tal sitio ....que circularam em tal sitio.... ou que tiveram certos sentidos...tanto temporais como outros....
Se tudo isto for à toa então não é numismática...será só um simples catalogo da "world coins".
Grande abraço
Martins

[numisiuris]

Martins, um ceitil em cima de um real é impossível. Só se fosse um real em cima de um ceitil, mas isso também é impossível. Não podemos interpretar 3 linhas como sendo um mar, se nenhuma outra evidência de um ceitil existe na moeda, quer no anverso, quer no reverso. Se se punha um real entre um cospel e um troquel com cunhos de ceitil, tinha que ter ficado mais qualquer coisa depois da martelada. Digo eu...

[gil costa]

Não tenho conhecimento de registos que indiquem o uso de moedas inteiras como amuleto.

Tem, tem:

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http://www.numismatas.com/phpBB3/viewtopic.php?t=19445
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guardei-o em pdf:
https://www.facebook.com/groups/3084843 ... =bookmarks
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e quando são 2 furos? omg
Pulseira?

[numisiuris]

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Encastoar

Se os furos forem mais centrais é botão.

[gil costa]

Sim, é verdade! Já me esquecia que também tenho! (vou ver se encontro a foto)
Pelo menos 4 usos são + ou - óbvios:
botão
enfeite
para plafond para urgências. :-)
e "como amuleto", pelo menos para as do Mestre; (não tem discussão:Fernão Lopes!)

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também já falei de moedas como instrumento de trabalho (proteção da mão de sapateiros e afins) e de lazer (brincadeiras de crianças e jogar à malha (com patacos).