A questão da letra é de muito difícil avaliação e é diferente entre os vários exemplares desta mesma referência. Deixo um comparativo do qual na minha opinião não dá para tirar conclusões. Ou seja as letras são diferentes, mas as letras de outros exemplares desta mesma referência também são diferentes deste exemplar específico.. Seja como for esse S repete-se noutro exemplar o que indicia a existência uma tipologia especifica, mas é bastante diferente dos de Samora.numisiuris Escreveu:Perdi um pouco de tempo com a moeda. Apresenta sinal oculto no segundo quadrante. No ag 1996 já vinha classificado este meio tornês como sendo de Tui. Gomes Marques, de facto, só fala em emissões de Lisboa, Miranda, Corunha e Samora. Este é tramado, porque não tem escudo (que é por onde se costumam distinguir), mas escudetes dentro de arcos tetra-lobados. A cruz termina com concavidades no extremo do braços. A moeda de Lisboa que vem no AG 2013 não as tem, mas a que vinha no de 98, tinha-as. O "V" é característico, mais alongado que o habitual. O "S" também é característico. É a letra que me chama mais a atenção, por ser fechada e ter serifas bastantes grandes. Depois aparenta ter rosetas, com âmago ponteado, a fazer de separadores. Nisto é diferente da que vem no AG., que tem dois pontos. Estes pormenores característicos acontecem nas emissões de torneses e meios torneses de Samora. Daí a classificação de Gomes Marques, parece-me. As barbudas de Tui apresentam estas rosetas, este V e S's, que atiram para estes. As de Samora são separadas por dois pontos. De Lisboa parece-me que não é, pela letra. O estilo parece-me diferente, embora também haja alguns torneses e meios torneses de Lisboa com rosetas. Será, na minha opinião, batida em Espanha. Se de Samora ou de Tui, isso já não sei. O próprio Gomes Marques, nas atribuições, expressa uma série de dúvidas. A atribuição aqui é só feita por estilo, com os senãos que lhe conhecemos...
Enfim, uma grande e rara moeda, ainda para mais num ec muito bom para o tipo em causa. Parabéns!
A questão das rosetas já me parece mais interessante, pois não me parece que fosse a norma em Lisboa, mas por outro lado esta variante apresenta também exemplares em que elas não aparecem. Ou seja também não é um factor de exclusão, pois há moedas com e sem nas várias casa de cunhagem. Dito isto, parece-me me todo o caso, que a análise tipológica por elemento, apesar de não concludente, indicia que talvez possam ter sido cunhadas em Espanha.
Mas depois é uma referência em que se conhecem pelo menos 4 cunhos, todos sem letra monetária, o que aponta fortemente, mas não totalmente, para a casa de cunhagem principal. Eu não conheço mais nenhuma moeda de D. Fernando em que só existam exemplares sem letra monetária que tenha sido atribuída a outra casa de cunhagem. Existem exemplares esparsos de referências que habitualmente possuem letra monetária, mas não referências inteiras.. Enfim.. Também não é argumento total, mas indicia uma cunhagem lisboeta.
Resumindo, tudo somando talvez possa ter sido cunhada em Espanha, mas se tivesse que apostar continuava a ir com Lisboa. Não me parece que consigamos vir a ter certezas sem um universo mais vasto que inclua todos os meio torneses, ou se aparecer um com um T, aí fica a questão resolvida Uma comparação com outras moedas de TUI pode ajudar a encontrar paralelismos, mas é um trabalho longo e demorado, pois implica comparação com todas as outras casa de cunhagem para provar especificidade.
Seja como for é um moedão!